Como vai evoluir o tema “instalação e manutenção” dos componentes que fazem parte dos edifícios? O que se perspetiva para 2040 e qual a sua contribuição para a neutralidade carbónica.
Atualmente quando se pensa em neutralidade carbónica associada ao setor dos edifícios, pensa-se na construção e renovação do parque edificado recorrendo a componentes eficientes que garantam o uso eficiente de energia, priorizando sistemas técnicos que recorram a fonte de energia renovável.
Todavia, tem ficado para segundo plano quem instala esses componentes e quem, durante o funcionamento do edifício, garante a sua correta manutenção. Tema de igual importância à escolha de uma opção tecnologicamente eficiente.
Apostar num sistema tecnologicamente eficiente para cada situação e não investir na formação dos técnicos responsáveis pela sua instalação, para desta forma garantir o desempenho previsto, coloca em causa os resultados que se pretendem alcançar. O mesmo se verifica para os componentes já instalados e que ao fim de algum tempo precisam de ser “afinados”.
Já alguma coisa foi feita neste sentido no que respeita aos edifícios, com a legislação publicada sobre o desempenho energético em edifícios a definir algumas regras e a apontar para técnicos especializados definindo competências de atuação. Importa agora apostar na capacitação destes técnicos e paralelamente trabalhar na credibilização destas qualificações. Os proprietários e instaladores têm de valorizar esta componente e assegurar que os técnicos contratados são os qualificados para executar os respetivos trabalhos.
Valorizar estes profissionais é o primeiro passo para garantir uma correta instalação e manutenção dos componentes dos edifícios desde a sua envolvente aos seus sistemas técnicos. Assim, para que em 2040 isto seja uma realidade é necessário apostar numa exigência da capacitação dos técnicos garantindo formações adequadas em todas as regiões do país, que culmine numa bolsa de técnicos especializados disponíveis para uma fácil contratação.
Neste contexto, em 2040 os edifícios são contruídos e renovados tendo por base as melhores tecnologias que asseguraram as necessidades de quem os utiliza preservando o ambiente, só possível com a contribuição da correta instalação de todos os componentes e de uma manutenção programada de forma a garantir sempre a melhor desempenho dos mesmos, com recurso a um corpo técnico qualificado e disponível em qualquer região do país, devidamente reconhecido para o efeito.
A aposta nesta qualificação reveste-se de uma elevada importância quer para o setor da construção quer para a formação académica dos jovens que pretendem investir numa formação técnico-profissional e que veem esses esforços reconhecidos pelo setor, passando a ser um elemento decisor no desempenho energético dos edifícios.